Mostrei ao Pedro hoje uma foto, tirada pelo meu celular, do meu cachorro branco, em que ele estava lindo. Meigo. Submisso.
Ao voltar do remo na ultima quinta-feira, discutia com os remadores de cara-feia sobre a nike, coca-cola e pelé.
Pensava naquele momento e agora torno a pensar como a humanidade construiu o conceito de beleza, vindo desde platão, revisado, discutido, debatido, re-falado, inserido, amenizado, convencionado, rejeitado, referencia. referencia.
O cachorro preto é lindo com a bola na boca.
E na realidade eu me sinto cada vez mais medroso, ou vendo analiticamente a coisa horrenda e cruel que é o homem e não me sinto mais capaz de enxergar a beleza e para mim isso é preocupante pois o homem é feio, me machuca, me torno vulneravel, rosna, arranha, me morde, maltrata, só de olhar.
Escolhi amar duas pessoas que quanto mais me apego, mais elas me deixam sambando. E o que nós fazemos com o nosso sorriso? Na foto no escritorio eu não estou sorrindo. Evidente que elas mostrem os dentes de diversas formas para mim.
Evidente que o dente
Evidencia sem cadencia
Cade o animal?
Eu coloco os meus cachorros no colo e os nino como bêbê. Eu me comporto. Eu vejo beleza naquilo que talvez eu faça sem saber. Eu vejo beleza como forma de reconhecimento. Eu vejo beleza para não escutar o samba infernal, quase inaudível que me estremece. Eu vejo beleza onde só há precariedade, submissão, eu. Eu me sinto belo. Eu escondo-me. Uma saída para a vida?
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