30.8.06

hey ho let´s go!

inegável o poder televisão. o imenso poder que a tv exerce sobre o comportamento de uma massa inteira de individuos. Mas o que eu quero falar aqui é sobre aqueles programas, geralmente denominados reality-shows, que não apenas exercem influências sobre as pessoas mas passam a interferir diretamente nas suas vidas. Diretamente. Destaco dois aspectos dos programas de tv atuais: o primeiro, aquele já antigo, que tenta a todo preço manter os espectadores atentos e interessados neles. o segundo, e este para mim é novo, é que os programas consistem em 'revoluções' e 'transformações' nas vidas de alguns poucos espectadores afortunados. O espectador então passa de mero espectador a objeto de transformação dos programas. O espectador então muda de cabelo, muda de roupa (as metamorfoses da xuxa), muda de casa (minha casa, sua casa), muda de rotina(supernanny) e, por fim, padroniza-se ao gosto das grandes empresas de comunicação. Nos programas, tudo parece se transformar de acordo com o gosto do espectador. Será mesmo? Proporia uma pesquisa, pegando o antes e o depois (como aquelas fotos veiculadas para vender os produtos de fitness) de cada individuo transformado, em algum aspecto. É mais uma camada de esmalte sobre todo comportamento do espectador.
E não é só isso. Programas como 'aprendiz' e 'supernanny' tem como meta adequar os espectadores-participantes a um conjunto de regras rigidamente conservadoras que chegam a assustar.
Não bastasse os quinze minutos de fama, agora temos a vida inteira transformada.

16.8.06

Ele me deu um beijo na boca e me disse a vida é oca como a touca de um bêbê sem cabeça e eu ria beça


ele primeiro perguntou se eu tinha fósforo
eu não havia reconhecido ele e passei bem perto, na mesma calçada, bem perto, me aproximei e ele então pediu o fósforo que eu disse que não tinha porque não tinha mesmo. e não sei o que eu perguntei depois não lembro só sei que ele me disse que hoje é outro dia...
hoje é outro dia. aquele dia é aquele dia.
lembrei. antes ele cobrou. eu furei.
nem apareceu naquele dia?apareci hoje.hoje é outro dia.
foi isso.
e hoje?
hoje é outro dia. varre. varre. varrrrre. varrrrrrrrrrrrrrrrrrrre.
eu disse então boa noite.
no que ele respondeu: obrigado pela visita.

15.8.06

Diálogo intersubjetivo, segunda parte - aquela em que ele vê coco, mas coco não o vê.

lavante apquidermio diz:
ei!
lavante apquidermio diz:
qual o seu endereço do skype
Côcô diz:
eiiiiiiiiiiiiii
Côcô diz:
uau!
Côcô diz:
meu?
Côcô diz:
coco freaks
Côcô diz:
cocfreaks
Côcô diz:
cocofreaks
Côcô diz:
sonia?
lavante apquidermio diz:
penny?
Côcô diz:
yep, it´s me cherie.
Côcô diz:
qual é o seu?
Côcô diz:
Lola está aqui. Está indo para Buenos Aires. Falou que vai comprar um vinho para voce.
lavante apquidermio diz:
pedrokosovski
lavante apquidermio envia:

Falha no recebimento do arquivo "JJ 085.jpg" de lavante apquidermio.

Côcô envia:
lavante apquidermio envia:
lavante apquidermio envia:
Côcô envia:
lavante apquidermio envia:
Abrir(Alt+P)
Côcô envia:

Falha no recebimento do arquivo "JJ 343.jpg" de lavante apquidermio.

A transferência de "Aiuruoca 087.jpg" está concluída.

Côcô diz:
http://telepifania.blogspot.com/

Você recebeu C:\Documents and Settings\Manoel\Meus documentos\Meus arquivos recebidos\JJ 146.jpg com êxito de lavante apquidermio.

Falha no recebimento do arquivo "JJ 101.jpg" de lavante apquidermio.

12.8.06

sem 1 sem 2 sem 3

é fato que aquela história de polarização, de bipolaridade mais especificamente, já se esvaiu pelos buracos dos ralos. hoje não pensamos mais em apenas dois lados antagônicos, continuamos nos lados, mas acreditamos (é uma crença? se não, o que é?) em inúmeros lados distintos. muitos lados. muitos pontos de vista. muitas cameras, em qualquer lugar. onde eu olho, um olho.
o mineiro só deixa de ser mineiro no sexo.
porque no sexo seria diferente? (osexoÉdiferente) nada de dois lados capitalismo-socialismo ativo-passivo, certo e combinado?
o cubismo gente.
magritte.
isto não sou eu como aquilo não é um cachimbo.
ontem o lixeiro.
explodi de alegria ao (acreditar) que na cama deixava tudo da primeira pessoa padronizada de lado. vinha aquela primeira pessoa temida e que, por vezes, era encarada como terceira. e a segunda pessoa e a terceira pessoa na primeira pessoa. e a primeira pessoa sumiu. sem primeira sem segunda sem terceira, só sexo.

7.8.06

a música de lucia macartney

eu, no carro, ouço a música de Lucia.
Lucia Macartney.

eis que surge:

Pela janela do meu quarto ouço a buzina me chamando quem será que vem me acordar mas no banho foi só me tocar de repente lembrei do teu olhar no espelho a cor do batom lembro o beijo que foi pra lá de bom...vou de táxi você sabe tava morrendo de saudade mas nem lembro do seu nome não tem pressa teu jeito de olhar pra mim me arrepia me leva , me faz viajar...pelo céu pelo sol pelo ar pelo mar a escola pode esperar

Tão infantil, tão vagabunda.

Lucia, te amo.

santa clara padroeira da tv

não esquecer disso.

sobre brechós

em uma das loucuras do pensamento que vagueia de acordo com o corpo que não está em sua residencia, o pensamento também viajou.
o mais interessante e curioso no brechó é que as roupas expotas, muitas delas fabricadas em escala industrial, recuperam a singularidade, tornam-se únicas novamente, uma recuperação da aura?
os livros do sebo. as dedicatórias dos livros do sebo.
considero uma inversão. uma dobra. preciso pensar mais.

rolam partes

digita digita digita digita muito tempo sem digita digita digita digita sonhando em digita digita digita chego em casa e ligo o computador para digita digita digita digita digita
entretanto...
roland barthes...
rolam partes.