26.3.08

de victor autran; meio

poesia é antes de tudo nada
diante de tudo o nada é o começo
o meio
no fim de tudo a poesia é...
há poesia

25.3.08

então vá

eu consto em alguma relação efêmera, em algum tipo de lista de chamada dele, ou em apenas páginas de scraps, memórias de telefone celular, agenda telefônica antiga de papel e capa dura, em algum momento vivido, em alguma experiência eu sei que consto na vida dele. e, de fato, foi hoje que eu ouvi ele me chamando até ele, carinhosamente, ele chegou e disse: então vem baby. No que eu recusei, não porque não quero. Jamais teria esta postura, diante dele, uma pessoa bonita demais, ele é um instante de surpresa boa, ele é sempre inesperado quando chega, quando liga, quando chama. Eu não estou recusando e nem poderia pensar nesta atitude. estou apenas surpreso. estou paralisado pela sua presença abrupta, uma espécie de queda de algo que vem do céu. ele é chuva repentina. e o que eu devo fazer diante desta intemperie? a reação inicial foi não tentar molhar, mas porque não, se água é o elemento de que mais gosto, que mais me envolve, meu meio físico adotado por excelência, e já que não é possível viver debaixo dágua que ela venha de cima e cuide de tomar o ar. quando a água vem do ar, é aí que me falta a respiração. parado estou, pois ele é fotógrafo natural. ele fotografa sem camêra. o flash é sua própria vida e a foto sou eu. por isso que digo que eu consto nele. sei que estou guardado em algum álbum. é por isso que devo ir. pois já estou.

23.3.08

olhe lá, está passando. venha correndo. não se pode perder a páscoa. um grande momento, uma cerimônia, um rito, uma comemoração coletiva. parada de sete de setembro, a parada da parada.
essa vida de quem observa a vida pela janela é tão enfadonha quanto interessante. as vezes sinto-me privilegiado. em outros momentos, tenho vontade de me suicidar.
lufada, corrida pura, agora neste momento estou entrando na minha academia de ginástica, lugar onde eu exercito meu corpo, torno-o mais esbelto e mais potente, lugar de onde saio sentindo-me todo prosa, todo suado, todo bem, todo disposto ao cansaço que me consome. é este lugar aqui, esta tela de computador.
geralmente acordo cedo para ir malhar. meus músculos operam um jogo de tensão-relaxamento, cada parte por vez. o percurso da minha casa até o powerlocal é feito por bicleta ou ônibus. noventa por certo e dez por cento, respectivamente. esforço-me por um conjunto de séries. repete-se cada série por três vezes. uma série é o número de vezes que se faz um único exercício. uma série única dividida em três partes. um conjunto de séries:
Caetano Veloso - "Vamo" comer
Caetano Veloso - 13 de Maio
Caetano Veloso - A Filha da Chiquita Bacana
Caetano Veloso - A Grande Borboleta
Caetano Veloso - A Hora da Estrela de Cinema
Caetano Veloso - A Little More Blue
Caetano Veloso - A Little More Blue (tradução)
Caetano Veloso - A luz de Tieta
Caetano Veloso - A Mulher
Caetano Veloso - A Outra Banda da Terra
Caetano Veloso - A Rã
Caetano Veloso - A Rita
Caetano Veloso - A Terceira Margem do Rio
Caetano Veloso - A Tua Presença Morena
Caetano Veloso - A Verdadeira Baiana
Caetano Veloso - A Voz do Morto
Caetano Veloso - A Voz do Violão
Caetano Veloso - Abandono
Caetano Veloso - Aboio
Caetano Veloso - Acalanto
Caetano Veloso - Acontece
Caetano Veloso - Acrilírico
Caetano Veloso - Adeus, Meu Santo Amaro
Caetano Veloso - Águas de Março
Caetano Veloso - Alegria, Alegria
Caetano Veloso - Alexandre
Caetano Veloso - Alfomega
Caetano Veloso - Alguém Cantando
Caetano Veloso - Always
Caetano Veloso - Amanhã
Caetano Veloso - Americanos
Caetano Veloso - Amor Mais Que Discreto
Caetano Veloso - Anunciação
Caetano Veloso - Anúncio
Caetano Veloso - Aquarela do Brasil
Caetano Veloso - Aquele Frevo Axé
Caetano Veloso - Araça Blue
Caetano Veloso - Aracaju
Caetano Veloso - As Coisas
Caetano Veloso - Asa Branca
Caetano Veloso - Asa, Asa
Caetano Veloso - Atrás da Verde-e-rosa Só Não Vai Quem Já Morreu
Caetano Veloso - Atrás do trio elétrico
Caetano Veloso - Avarandado
Caetano Veloso - Ave Maria
Caetano Veloso - Axé Axé
Caetano Veloso - Baby
Caetano Veloso - Badauê
Caetano Veloso - Bahia Com H
Caetano Veloso - Bahia, Minha Preta
Caetano Veloso - Baião Atemporal
Caetano Veloso - Baião Da Penha
Caetano Veloso - Bat Makumba
Caetano Veloso - Beira Mar
Caetano Veloso - Beleza pura
Caetano Veloso - Bem Devagar
Caetano Veloso - Big Bang Bang
Caetano Veloso - Billie Jean
Caetano Veloso - Bim Bom
Caetano Veloso - Blue Skies
Caetano Veloso - Blue Skies (tradução)
Caetano Veloso - Blues
Caetano Veloso - Boas Vindas
Caetano Veloso - Bobagens Meu Filho Bobagens
Caetano Veloso - Body and Soul
Caetano Veloso - Body and Soul (tradução)
Caetano Veloso - Branquinha
Caetano Veloso - Burn It Blue
Caetano Veloso - Burn It Blue (tradução)
Caetano Veloso - Cá Já
Caetano Veloso - Cabelos Brancos
Caetano Veloso - Cada Macaco no Seu Galho
Caetano Veloso - Cais
Caetano Veloso - Cajuína
Caetano Veloso - Calúnia
Caetano Veloso - Cambalache
Caetano Veloso - Caminhos Cruzados
Caetano Veloso - Camisa Amarela
Caetano Veloso - Canção de Amor
Caetano Veloso - Canção de Protesto
Caetano Veloso - Candeias
Caetano Veloso - Cantiga de Boi
Caetano Veloso - Canto de um Povo de um Lugar
Caetano Veloso - Canto do Mundo
Caetano Veloso - Capullito de Aleli
Caetano Veloso - Cara a Cara
Caetano Veloso - Caras e Bocas
Caetano Veloso - Carinhoso
Caetano Veloso - Carioca (The Carioca)
Caetano Veloso - Carolina
Caetano Veloso - Cavaleiro de Jorge
Caetano Veloso - Céu da Bahia
Caetano Veloso - Céu de Santo Amaro
Caetano Veloso - Chão da Praça
Caetano Veloso - Charles, Anjo 45
Caetano Veloso - Chega de Mágoa
Caetano Veloso - Chega de Saudade
Caetano Veloso - Chora Tua Tristeza
Caetano Veloso - Chuck Berry Fields Forever
Caetano Veloso - Chuva, suor e cerveja
Caetano Veloso - Chuvas de Verão
Caetano Veloso - Ciclo
Caetano Veloso - Cidade Maravilhosa
Caetano Veloso - Cinema Novo
Caetano Veloso - Cinema Olympia
Caetano Veloso - Circuladô de Fulô
Caetano Veloso - Clara
Caetano Veloso - Clarice
Caetano Veloso - Cobra Coral
Caetano Veloso - Coimbra
Caetano Veloso - Coisa Mais Linda
Caetano Veloso - Coisas que não se esquece
Caetano Veloso - Come as you are
Caetano Veloso - Come As You Are (tradução)
Caetano Veloso - Comeu
Caetano Veloso - Como 2 e 2
Caetano Veloso - Como um samba de adeus
Caetano Veloso - Contigo En La Distancia
Caetano Veloso - Coqueiro de Itapoã
Caetano Veloso - Coração - Pensamento
Caetano Veloso - Coração Materno
Caetano Veloso - Coração vagabundo
Caetano Veloso - Coraçãozinho
Caetano Veloso - Cordeiro de Nanã
Caetano Veloso - Cotidiano
Caetano Veloso - Cry Me a River
Caetano Veloso - Cucurrucucu Paloma
Caetano Veloso - Cuesta Abajo
Caetano Veloso - Da Maior Importância
Caetano Veloso - Dada
Caetano Veloso - Dama das Camélias
Caetano Veloso - Dans Mon Île
Caetano Veloso - Dans mon île (tradução)
Caetano Veloso - De Manhã
Caetano Veloso - De Noite na Cama
Caetano Veloso - De palavra em palavra
Caetano Veloso - Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos
Caetano Veloso - Descobri Que Sou Um Anjo
Caetano Veloso - Desde que o Samba é Samba
Caetano Veloso - Detached
Caetano Veloso - Deus e o Diabo
Caetano Veloso - Deusa Urbana
Caetano Veloso - Diamante Verdadeiro
Caetano Veloso - Diana
Caetano Veloso - Diferentemente
Caetano Veloso - Disseram Que Eu Voltei Americanizada
Caetano Veloso - Divino Maravilhoso
Caetano Veloso - Doideca
Caetano Veloso - Dom de Iludir
Caetano Veloso - Domingo
Caetano Veloso - Dor-de-cotovelo
Caetano Veloso - Drama
Caetano Veloso - Drão
Caetano Veloso - Dreamworld: Marco de Canaveses
Caetano Veloso - Drume negrinha
Caetano Veloso - É Hoje
Caetano Veloso - É Pra Ficar
Caetano Veloso - É Preciso Perdoar
Caetano Veloso - É Proibido Proibir
Caetano Veloso - Eclipse Oculto
Caetano Veloso - Ela e Eu
Caetano Veloso - Ela Ela
Caetano Veloso - Ele Me Deu Um Beijo na Boca
Caetano Veloso - Eleanor Rigby
Caetano Veloso - Elegia
Caetano Veloso - Eles
Caetano Veloso - Enquanto Seu Lobo Não Vem
Caetano Veloso - Épico
Caetano Veloso - Errática
Caetano Veloso - Escândalo
Caetano Veloso - Escapulário
Caetano Veloso - Esse Cara
Caetano Veloso - Este Amor
Caetano Veloso - Estranha Forma de Vida
Caetano Veloso - Etc.
Caetano Veloso - Eu e a Brisa
Caetano Veloso - Eu e água
Caetano Veloso - Eu e Ela Estávamos Ali Encostados Na Parede
Caetano Veloso - Eu Não Peço Desculpa
Caetano Veloso - Eu Sei Que Vou Te Amar
Caetano Veloso - Eu sou neguinha?
Caetano Veloso - Eu te amo
Caetano Veloso - Feelings
Caetano Veloso - Feelings (tradução)
Caetano Veloso - Feitiço
Caetano Veloso - Felicidade
Caetano Veloso - Fera Ferida
Caetano Veloso - Festa Imodesta
Caetano Veloso - Fina Estampa
Caetano Veloso - Flor da Idade
Caetano Veloso - Flor do Cerrado
Caetano Veloso - For No One
Caetano Veloso - For No One (tradução)
Caetano Veloso - Fora de Ordem
Caetano Veloso - Força Estranha
Caetano Veloso - Garota de Ipanema
Caetano Veloso - Gatas Extraordinárias
Caetano Veloso - Gema
Caetano Veloso - Gênesis
Caetano Veloso - Genipapo Absoluto
Caetano Veloso - Gente
Caetano Veloso - Get Out Of Town
Caetano Veloso - Giuletta Masina
Caetano Veloso - Graça divina
Caetano Veloso - Grafitti
Caetano Veloso - Gratitude
Caetano Veloso - Gravidade
Caetano Veloso - Guá
Caetano Veloso - Guarde Seu Conselho
Caetano Veloso - Haiti
Caetano Veloso - Help
Caetano Veloso - Help (tradução)
Caetano Veloso - Herói
Caetano Veloso - Hino do Maranhão
Caetano Veloso - Hino do Senhor do Bonfim
Caetano Veloso - Ho-ba-la-lá
Caetano Veloso - Homem
Caetano Veloso - Homem Bomba
Caetano Veloso - Hora da Razao
Caetano Veloso - How beautiful could a being be
Caetano Veloso - I Only Have Eyes for You
Caetano Veloso - I Only Have Eyes for You (tradução)
Caetano Veloso - Ia
Caetano Veloso - Iansã
Caetano Veloso - If It's Magic
Caetano Veloso - If You Hold a Stone
Caetano Veloso - Ilusão À Toa
Caetano Veloso - In the hot sun of Christmas Day
Caetano Veloso - Iolanda
Caetano Veloso - Irene
Caetano Veloso - Island Of Wonder
Caetano Veloso - Island of Wonder (tradução)
Caetano Veloso - Isto Aqui, o que é ?
Caetano Veloso - It's Alright, Ma (I'm Only Bleeding)
Caetano Veloso - Itapuã
Caetano Veloso - It’s a Long Way
Caetano Veloso - Jamaica Farewell
Caetano Veloso - Janelas Abertas Nº2
Caetano Veloso - Jasper
Caetano Veloso - Jeito de corpo
Caetano Veloso - Jenipapo absoluto
Caetano Veloso - Jóia
Caetano Veloso - Jokerman
Caetano Veloso - Jorge de Capadócia
Caetano Veloso - José
Caetano Veloso - Julia Moreno
Caetano Veloso - Kalu
Caetano Veloso - La Barca
Caetano Veloso - La Flor de La Canela
Caetano Veloso - La Golondrina
Caetano Veloso - Lábios que Beijei
Caetano Veloso - Lady Madonna
Caetano Veloso - Lamento Borincano
Caetano Veloso - Lealdade
Caetano Veloso - Let's Face The Music And Dance
Caetano Veloso - Lindeza
Caetano Veloso - Lindonéia
Caetano Veloso - Língua
Caetano Veloso - Linha do equador
Caetano Veloso - Lisbela e o Prisioneiro
Caetano Veloso - Livros
Caetano Veloso - London, London
Caetano Veloso - London, London(tradução)
Caetano Veloso - Lost in the paradise
Caetano Veloso - Louco por você
Caetano Veloso - Love For Sale
Caetano Veloso - Love Me Tender
Caetano Veloso - Love Me Tender (tradução)
Caetano Veloso - Love, love, love
Caetano Veloso - Lua de São Jorge
Caetano Veloso - Lua e Estrela
Caetano Veloso - Lua, lua, lua, lua
Caetano Veloso - Luna Rossa
Caetano Veloso - Luz do Sol
Caetano Veloso - Madre Deus
Caetano Veloso - Madrugada e Amor
Caetano Veloso - Mãe
Caetano Veloso - Magrelinha
Caetano Veloso - Maluco Beleza
Caetano Veloso - Mamãe coragem
Caetano Veloso - Manhâ De Carnaval
Caetano Veloso - Manhatã
Caetano Veloso - Mano a Mano
Caetano Veloso - Mansidão
Caetano Veloso - Maria Bethânia
Caetano Veloso - Maria Bonita
Caetano Veloso - Maria Joana
Caetano Veloso - Maria la o
Caetano Veloso - Marinheiro Só
Caetano Veloso - Massa real
Caetano Veloso - Meditação
Caetano Veloso - Meia Lua Inteira
Caetano Veloso - Mel
Caetano Veloso - Menino Deus
Caetano Veloso - Menino do Rio
Caetano Veloso - Mensagem de Amor
Caetano Veloso - Merda
Caetano Veloso - Mèrica Mèrica
Caetano Veloso - Meu Bem
Caetano Veloso - Meu Bem, Meu Mal
Caetano Veloso - Meu Rio
Caetano Veloso - Mi Cocodrilo Verde
Caetano Veloso - Michelangelo Antonioni
Caetano Veloso - Milagres do Povo
Caetano Veloso - Mimar Você
Caetano Veloso - Minha mulher
Caetano Veloso - Minha Senhora
Caetano Veloso - Minha Voz, Minha Vida
Caetano Veloso - Minhas Lágrimas
Caetano Veloso - Miragem de Carnaval
Caetano Veloso - Mora na Filosofia
Caetano Veloso - Morena dos olhos d'água
Caetano Veloso - Mortal loucura
Caetano Veloso - Muito
Caetano Veloso - Muito Romântico
Caetano Veloso - Muitos carnavais
Caetano Veloso - Musa Híbrida
Caetano Veloso - Musical
Caetano Veloso - Na Asa do Vento
Caetano Veloso - Na baixa do sapateiro
Caetano Veloso - Nada
Caetano Veloso - Não Enche
Caetano Veloso - Não Identificado
Caetano Veloso - Não me arrependo
Caetano Veloso - Nature Boy
Caetano Veloso - Negror dos tempos
Caetano Veloso - Neide Candolina
Caetano Veloso - Nenhuma Dor
Caetano Veloso - Neolithic Man
Caetano Veloso - Nicinha
Caetano Veloso - Nine Out of Ten
Caetano Veloso - No Dia Em Que Eu Vim-me Embora
Caetano Veloso - Noite de hotel
Caetano Veloso - Noites do Norte
Caetano Veloso - Nossa Gente
Caetano Veloso - Nosso Estranho Amor
Caetano Veloso - Nostalgia (That’s what rock’n’roll is all about)
Caetano Veloso - Nothing (but Flowers)
Caetano Veloso - Nu com a minha música
Caetano Veloso - Nua idéia
Caetano Veloso - O bater do tambor
Caetano Veloso - O Calhambeque (Road Hog)
Caetano Veloso - O Ciúme
Caetano Veloso - O Conteúdo
Caetano Veloso - O cu do mundo
Caetano Veloso - O Estrangeiro
Caetano Veloso - O Heroi
Caetano Veloso - O homem velho
Caetano Veloso - O Leãozinho
Caetano Veloso - O motor da luz
Caetano Veloso - O namorado
Caetano Veloso - O Navio Negreiro
Caetano Veloso - O nome da cidade
Caetano Veloso - Ó paí, ó
Caetano Veloso - O Quereres
Caetano Veloso - O Último Romântico
Caetano Veloso - Oba - Lá - Lá/Bim Bom
Caetano Veloso - Oceano
Caetano Veloso - Odara
Caetano Veloso - Odeio
Caetano Veloso - Oh Carol
Caetano Veloso - Olha o menino
Caetano Veloso - Onde Andarás
Caetano Veloso - Onde Eu Nasci Passa Um Rio
Caetano Veloso - Onde O Rio É Mais Baiano
Caetano Veloso - Oração ao Tempo
Caetano Veloso - Os Argonautas
Caetano Veloso - Os Erros de Cesar
Caetano Veloso - Os Mais Doces Bárbaros
Caetano Veloso - Os meninos dançam
Caetano Veloso - Os Outros Românticos
Caetano Veloso - Os Passistas
Caetano Veloso - Ouro de Tolo
Caetano Veloso - Outras Palavras
Caetano Veloso - Outro
Caetano Veloso - Outro Retrato
Caetano Veloso - Padrão
Caetano Veloso - Paisagem Útil
Caetano Veloso - Panis et circenses
Caetano Veloso - Partido Alto
Caetano Veloso - Pássaro proibido
Caetano Veloso - Patrícia
Caetano Veloso - Paula e Bebeto
Caetano Veloso - Pé Do Meu Samba
Caetano Veloso - Pecado
Caetano Veloso - Pecado Original
Caetano Veloso - Pedra de Responsa (com Alcione)
Caetano Veloso - Peixe
Caetano Veloso - Peixe Vivo
Caetano Veloso - Pele
Caetano Veloso - Pelos olhos
Caetano Veloso - Pesar do mundo
Caetano Veloso - Peter Gast
Caetano Veloso - Piaba
Caetano Veloso - Pipoca moderna
Caetano Veloso - Podres Poderes
Caetano Veloso - Porquê?
Caetano Veloso - Pra Ninguém
Caetano Veloso - Pra Que Mentir
Caetano Veloso - Pra te Lembrar
Caetano Veloso - Prenda Minha
Caetano Veloso - Pulsar
Caetano Veloso - Purificar o Subaé
Caetano Veloso - Qual é, baiana?
Caetano Veloso - Qualquer Coisa
Caetano Veloso - Quando
Caetano Veloso - Quando Eu Penso Na Bahia
Caetano Veloso - Que Nao Se Ve
Caetano Veloso - Queda-d'água
Caetano Veloso - Queixa
Caetano Veloso - Quem Cochicha o Rabo Espicha
Caetano Veloso - Quem me dera
Caetano Veloso - Quero ir à Cuba
Caetano Veloso - Quero Um Baby Seu
Caetano Veloso - Rai Das Cores
Caetano Veloso - Rapte-me, Camaleoa
Caetano Veloso - Reconvexo
Caetano Veloso - Recuerdos de Ypacaraí
Caetano Veloso - Remelexo
Caetano Veloso - Rock'n'Raul
Caetano Veloso - Rocks
Caetano Veloso - Rosa
Caetano Veloso - Rumba Azul
Caetano Veloso - Salva-Vida
Caetano Veloso - Samba da Cabeça
Caetano Veloso - Samba de Verão
Caetano Veloso - Samba e Amor
Caetano Veloso - Sampa
Caetano Veloso - Santa Clara, Padroeira da Televisão
Caetano Veloso - São João, Xangô Menino
Caetano Veloso - Saudade Brejeira
Caetano Veloso - Saudosismo
Caetano Veloso - Sertão
Caetano Veloso - Sete Mil Vezes
Caetano Veloso - Shot Me Dead
Caetano Veloso - Shy Moon
Caetano Veloso - Sim, Foi Você
Caetano Veloso - Sim/Não
Caetano Veloso - Sina
Caetano Veloso - Smoke Gets in Your Eyes
Caetano Veloso - Smoke Gets In Your Eyes (tradução)
Caetano Veloso - So In Love
Caetano Veloso - So in love (tradução)
Caetano Veloso - Só Vou Gostar de Quem Gosta de Mim
Caetano Veloso - Solidão
Caetano Veloso - Something Good
Caetano Veloso - Sonhos
Caetano Veloso - Sophisticated Lady
Caetano Veloso - Sorte
Caetano Veloso - Sorvete
Caetano Veloso - Sou Seu Sabiá
Caetano Veloso - Sou você
Caetano Veloso - Soy Loco Por Ti, America
Caetano Veloso - Sozinho
Caetano Veloso - Stardust
Caetano Veloso - Sugar Cane Fields Forever
Caetano Veloso - Summertime
Caetano Veloso - Super-Homem (A Canção)
Caetano Veloso - Superbacana
Caetano Veloso - Surpresa
Caetano Veloso - Sutis Diferenças
Caetano Veloso - Tá Combinado
Caetano Veloso - Tão Pequeno
Caetano Veloso - Tapete Mágico
Caetano Veloso - Tarado
Caetano Veloso - Tem Que Ser Você
Caetano Veloso - Tempestades Solares
Caetano Veloso - Tempo de Estio
Caetano Veloso - Tenda
Caetano Veloso - Terra
Caetano Veloso - The Empty Boat
Caetano Veloso - The Man I Love
Caetano Veloso - There Will Never Be Another You
Caetano Veloso - Tigresa
Caetano Veloso - Todo Errado
Caetano Veloso - Todo o Amor que Houver Nessa Vida
Caetano Veloso - Tonada de Luna Llena
Caetano Veloso - Totalmente Demais
Caetano Veloso - Tradição
Caetano Veloso - Trampolim
Caetano Veloso - Trem Das Cores
Caetano Veloso - Trilhos Urbanos
Caetano Veloso - Triste Bahia
Caetano Veloso - Tristeza do Jeca (com Maria Bethânia)
Caetano Veloso - Tropicália
Caetano Veloso - Tu Me Acostumbraste
Caetano Veloso - Tudo de novo
Caetano Veloso - Tudo, tudo, tudo
Caetano Veloso - Two Naira fifty Kobo
Caetano Veloso - Um canto de afoxé
Caetano Veloso - Um Dia
Caetano Veloso - Um Frevo Novo
Caetano Veloso - Um Índio
Caetano Veloso - Um Sonho
Caetano Veloso - Um Tom
Caetano Veloso - Un vestido y un amor
Caetano Veloso - Uns
Caetano Veloso - Vaca Profana
Caetano Veloso - Valsa de uma cidade
Caetano Veloso - Vampiro
Caetano Veloso - Venha cá
Caetano Veloso - Vento
Caetano Veloso - Vera gata
Caetano Veloso - Verdade
Caetano Veloso - Verdura
Caetano Veloso - Vete de mi
Caetano Veloso - Vida Boa
Caetano Veloso - Viola, Meu Bem
Caetano Veloso - Vivendo em Paz
Caetano Veloso - Você É Linda
Caetano Veloso - Você é Minha
Caetano Veloso - Você não Entende Nada
Caetano Veloso - Você não gosta de mim
Caetano Veloso - Você não me ensinou a te esquecer
Caetano Veloso - Vuelvo al sur
Caetano Veloso - Wait Until Tomorrow
Caetano Veloso - Waly Salomão
Caetano Veloso - You Don't Know Me
Caetano Veloso - Zabelê
Caetano Veloso - Zé Esteves
Caetano Veloso - Zera a Reza
Caetano Veloso - Zumbi

22.3.08

sou como um modelo ideal de máquina (porque as máquinas também param, deixam de funcionar, não trabalham direito, precisam de reparos, manutenções, reposições e substituições). pareço o que faço. sou tudo aquilo que faço, assim é o modo como me encaram, não sou nada mais do que isso. não tenho mais nada para esconder. sou só isso, o que já é muita coisa.
nas redondezas, por exemplo. no bairro onde moro sou conhecido por sair sempre à noite, de bicicleta, em busca sempre de algo. para todos os meus vizinhos, eu sou aquele ser que passa procurando... o objeto da procura para muitos vizinhos permanece oculto. já outros possuem absoluta certeza do que eu procuro. eles então oferecem a si mesmos, colocando-se em foco, como objeto central da procura do outro. eles então não só observam, mas tratam de forjar novos códigos de conduta, a partir dos quais uma comunicação velada e nova é mantida, sempre que eu decido atuar como interlocutor do processo comunicativo.

11.3.08

alguém porém de início complicou a vida que poderia ter se tornado um inferno. era como se a cada passo que ele desse, o próprio passo já tivesse sido dado. algo como um eterno atraso no seu caminhar. alguém sempre estava adiante, alguém sempre se encontrava no futuro, já havia decidido por ele tudo pelo qual ele passava agora e ele, depois de muitos impetos e acelerações, ele percebeu que nada poderia fazer pois jamais conseguiria alcançar o alguém adiante. alguém vinha primeiro. ele então era o segundo.
meditando um pouco mais sobre seus sentimentos e conflitos existenciais, observa-se ainda que a sua crise é de autoria. não considerava ser dono de si. delegava esta responsabilidade a um segundo ser que ele nem mesmo saberia definir, localizar, interagir, dialogar. alguém que surgia era um tirano que por ele decidia.
consequência direta desta causa misteriosa é o fato de ele nunca produzir pegadas, apenas descobri-las. não deixava rastros, os perseguia.
percebeu a lógica de sua vida na adolescência, quando começou a se drogar. as manhãs que sucediam as noitadas embebidas de alcool e ervas eram sempre uma pergunta, na tentativa de se localizar. nos dias seguintes, despertava sem saber como ali tinha ido parar. acordava estranhando tudo, inclusive o próprio sono pesado e mortífero induzido pelas substâncias alucinógenas. após certo período de tempo ele então optou por deixar de acordar sem saber: não queria mais passar as manhãs tentando reconstituir as situações ocorridas poucas horas atrás. escolheu, ao invés disso, uma certa continuidade, uma coerência de dormir-acordar mais cômoda e focalizada.
foi então que observou que as manhãs não guardavam as noites anteriores. após acabar com seus vícios mais evidentes, percebeu que a angústia proveniente das tentativas de se localizar no presente, localização que necessitava de uma conexão segura com o passado, não desapareceram por completo. ou melhor, elas se renovaram.
quando pensava em sua infância, via diante de si um mundo condicionado pela vontade de seus pais. porém, não percebia o mundo em que vivia... não é bem isso... ele não se angustiava naquele mundo fabricado por seus pais, mas o aceitava de pronto e plenamente o vivia, como seu, como de todos. o mundo de outros era o seu caminhar, o seu redor. ele vivia a partir dos outros. e neste mundo fabricado por alguém, ele criava o seu próprio subvertido universo de existência a todo vapor. na adolescência os pais se transformaram em drogas, cedendo lugar a elas.
e na maturidade havia uma ausência de imposição, ausência esta tão impositora que ele mesmo não tinha coragem de acreditar em sua presença. ele gostaria de escrever a sua própria história, porém em primeiro lugar nunca a formulara antes, fato que o impediria de saber como contá-la a si. não conseguiria mais acreditar em rédeas nas mãos, pois não as sentia entre seus dedos. ele era enredado, criado, produzido, imaginado, fato que o revoltava, revolta não muito transgressora pois tinha consciência de que aquele comportamento também era fruto não de si, mas de outro.
(continua...)

5.3.08

Rotas e Cortinas

porque saiu no le monde diplomatique da última sexta-feira a notícia de que a vingança deveria ser cobrada, ele então passou a planejá-la. sua vida se transformou. as rotinas eram outras. agora o que só lhe passava pela cabeça era uma única coisa, um único assunto, todos os neurônios, tempos e pensamentos eram dedicados a esta nobre causa. evidentemente que havia pensamentos, tempos e neurônios indiretos, cujos procedimentos se relacionavam de algum modo e em algum nível, aos processos da grande causa. tudo então, direta ou indiretamente, convergia para um único edíficio a ser construído com a máxima eficiência e segurança: a vingança. a vez do outro que não ele ruir, rolar montanha abaixo sempre, incorporação de sísifo. só que ele seria o primeiro empurrão. ele teria o prazer de empurrar para baixo. a planta baixa já tudo continha: portas, janelas, quartos, divisões reversíveis, para decisões futuras, cozinhas, tudo. o plano era perfeito.
obviamente que não tinha coragem de assumir a todos que o que ele mais desejava, seu único trabalho e ocupação era a vingança. não. ele escolheu outra reportagem no mesmo jornal, aquela cujo título era "eu te amo demais", folhetim mal escrito por um jovem estagiário atrapalhado e perdido por entre a sua mocidade. esta notícia era digna. por isso foi mostrada. todos acreditaram na dignidade da notícia. a sua dignidade de esconder algo por trás, de não revelar as intenções primeiras, a dignidade de fazer surgir a covardia. sim, pois é preciso ser muito corajoso para produzir a covardia. e este mero folhetim tinha dignidade. razão suficiente para ele ter escolhido ela como carro alegórico de seu carnaval.
a velocidade deste carro é lenta porque depende da força de um conjunto de homens negros que não conseguem ver o que há diante deles, pois a alegoria bloqueia a visão do caminho a seguir. são estes negros que planejavam a vingança. eles remavam o carro alegórico e, enquanto os corpos trabalhavam, as mentes faziam o mesmo. Eles planejavam o momento de interromper o barco, fazê-lo cair montanha abaixo. Pois eles estavam de costas para o caminho e exigiam a visão da frente. não queriam apenas ver de costas.
o filme mudo, pois ele não tem voz, então mostra onde estão guardadas as duas notícias. elas estão juntas, unidas por um grampo metálico. uma depois a outra, é assim a relação que ele travou entre uma reportagem e outra. e a vingança era moça recatada, não poderia sair de casa, apenas mostrar-se à janela quando seus parentes dignos assim a permitiam. a vingança era obediente. porém algo havia através de seu comportamento exemplar, como ela mesma esconde-se por trás da fachada de sua casa. ela não saía de casa nem o de trás da vingança.
vingança planejava também o dia de se livrar da droga da obediência. e decidiu construir o edifício. construía enquanto remava. remava e construía. acreditava que um dia poderia fazer apenas uma coisa. um dia ela não remaria mais. pois a vingança sacrificava-se. sua vida era carregar tanto sua parte frontal quanto aquela traseira. vingança escondia-se ao mesmo tempo que escondia algo. e tudo isso for armado por ele, pois ele a chamou. ela reprovou seu gesto. não deveria ter a criado assim, dessa forma, entre grades e paredes, confinada em suas asas. vingança desejava liberdade. revolta contra a submissão. não gostaria mais de estar relacionada a ninguém. exigia sua autonomia e independência.
o engenheiro então notou que nunca havia notado que estava criando um frankstein. que sua criatura mais útil o aniquilaria através de sua plena funcionalidade que exigia a pura autonomia. a funcionalidade exigia autonomia.
a questão agora é saber se o monstro possui sentimentos. vingança chora? vingança respeita o pai?
não. vingança é a responsável pelo enterro de seu parente mais próximo. será ela que irá decidir a cor do caixão, o arranjo e as espécies de flores, o orador, o cimento, o túmulo, o fim.
aguarde. este filme prossegue.

2.3.08

os dias, um dia.

existem sentimentos e sonhos que não exigem explicação. você é desta categoria de acontecimento que surge sem avisar, sem porquê, sem que eu possa controlar. você, em uma breve revisão que eu possa fazer de mim, é um impeto, um desejo, uma curiosidade, uma vontade que jamais passa, algo que vem e dita meus movimentos já partiturizados pelo tempo. o que eu faço é sempre a mesma coisa. quando procuro você, venho aqui e digo: você. não encontro nada, além disso, além de bites que se fazem brancos a espera disso, destas letras-bites que se fazem ocupações dos espaços em branco. não sei se sacio o desejo que tenho de você. não sacio.
aquilo que diferencia você de todas as outras mercadorias que eu consumo é justamente o fato de você não aparecer. ou melhor, você, só aparece em sonho. você é pura presença que sinto quando mais me angustio no acordar da manhã. você é meu refúgio. assim seu corpo é lugar para onde desejo ir e nunca vou. o que faço aqui é registrar apenas todo o meu desejo de me esconder inteiramente em você.
posso assegurar que seríamos felizes, assim como posso assegurar que seríamos totalmente complexados. por tudo que nós fomos, por nada que fomos.
nada. é isso que nós fomos. e é justamente nisso que eu insisto. insisto no nada que desejamos ser e que tornamos a nossa relação. talvez amanhã ou depois, em uma amanhã separado por décadas de vidas dedicadas aos outros, possamos nos encontrar e dizer a nós mesmos que nos pertencemos, que sempre nos pertencemos, que nosso único encontro foi, é e será sempre um encontro único.
isso talvez seja mero sonho. talvez ainda estas palavras estejam aparecendo em atmosfera onírica em que eu assumo não o meu corpo mas o corpo de tudo, onde eu sou tudo que não controlo e por isso sou mundo ou mudo.
eu sempre vou querer você e o que tem de pior nisto tudo é que nunca terei você, porque você escapa. você apareceu para escapar. e eu, elegante que fui, elegante que sou, não sobrevivo para apostar em um doença paranóica qualquer que possa me rotular.
mas você não me sai. eu acordo em alguns dias e simplesmente está lá você. o que eu posso fazer? que vontade de te chamar, que vontade de voltar tudo, sim, de tentar não controlar, mas conversar com o tempo e fazê-lo entender que uma vez diante de você, jamais eu poderia viver de outra forma, de outro modo, que não em sua função.
pode parecer loucura, pode parecer demais, mas é isso. é demais que eu não aguento. é tanto que eu não sei viver sem você e vivo já há anos. eu não sei de você. e no entanto este não saber me enche, me produz sonhos em que você está lá, presente, afagando tudo de mim, afagando a mim e juntando-se ao que é mim transformando tudo isso de nós dois em algo pronto, algo já, algo isso, algo uno.
acho que nunca saberei amar outra pessoa que não você.
acho que minha vida toda é sacrifício desde os breves momentos em que surgiu você.
talvez isso seja cristão demais.
mas acho que isso é insconciente demais.
certamente eu sou você.
mas mais certo é que eu preciso de você. talvez como você precise de mim.
talvez um dia. quem sabe um dia.
um dia gregor samsa acordou e se viu transformado em um inseto.
eu te amo demais.