30.7.06

Diálogo intersubjetivo, primeira parte

Raoninho diz:
esse ta legal
Côcô diz:
ahn?
Raoninho diz:
q q vc achou dos commentas do da costa?
Côcô diz:
já leu?
Côcô diz:
maravilhosos
Raoninho diz:
li??
Côcô diz:
muito bom. as vezes nos ficamos embaçados demais... visão embaçada...
Raoninho diz:
nao, d ontem
Côcô diz:
entra no orkut
Côcô diz:
no seu orkut
Côcô diz:
ninha?
Raoninho diz:
q tem o orkut?
Côcô diz:
nao chegou?
Côcô diz:
nada?
Côcô diz:
responde rapído
Raoninho diz:
caramba
Raoninho diz:
chegou
Côcô diz:
e aí?
Raoninho diz:
somos nós?
Côcô diz:
aham!
Côcô diz:
gostou?
Côcô diz:
responde rapido q eu quero dormir...
Raoninho diz:
complementares ou paradoxais?
Côcô diz:
os dois, né raoni...
Côcô diz:
me poupe
Raoninho diz:
comp;ementares ou paradoxais?
Côcô diz:
os dois, me poupe

Raoninho está usando uma versão do Messenger que não dá suporte para winks.

Côcô diz:
nenhum dos dois, me poupe
Raoninho diz:
tai ainda?
Côcô diz:
aham
Côcô diz:
to

28.7.06

...

o bom do beque é o vamos fumar um lá em casa

24.7.06

a realidade constituída para pipoca3

eu estou acompanhando neste momento um jogo do playstation2, um video-game, em que voce é um negro americano num bairro barra-pesada e voce é traficante. voce rouba carros, voce mata as pessoas e é um ator das trocas de bala.lembrei das outras linhas narrativas de outros jogos de video-games... por exemplo, sonic e maria-bros... nestes dois jogos nós assumiamos o papel de animaizinhos estranhos, ou então éramos até pessoas, o mario bros, mas ele era feio e o mundo dele era muito estranho, ele lutava contra cogumelos gigantes,por exemplo.os jogos sempre nos faz assumir um papel.mas nos jogos atuais, nós somos um bichinho que nós mesmos podemos encontrar nas ruas. é de tamanha proximidade com a nossa realidade, que me abismo. a ficção se dá na passagem de uma realidade concreta para uma realidade constituída.por exemplo, neste jogo que vejo agora, são todos seres humanos, falam a mesma lingua, a civilização é "plena" - os conflitos acontecem nos Estados Unidos, que é um primeiro mundo, certo?
meu deus, a ficção talvez seja muito menos do que eu imaginava que ela era.
mas as artes plásticas, por exemplo, não lidam com o aspecto ficcional, certo?
são maneiras de apropriação distintas.
até.

Nu e cru

quando alguém me disse que era para ir mesmo à praia só que nu eu não acreditei. não poderia acreditar que estavam me permitindo ir a praia nu. não só não acreditei. como também eu reagi muito expansivamente, digo assim. digo desse modo pois como você, por exemplo, você reagiria caso um dia de férias acordasse e achasse sob o travesseiro um pequeno bilhete, um bilhetinho, um bilhete estranho feito de pano com letras bordadas dizendo assim:

"vamos hoje à praia nus"

Ela bem que saberia que isso ia dar o que falar.
Ela bem que saberia que isso ia abalar o mundo.
Ela bem que saberia que isso ia ser sucesso total.
Ela bem que saberia que isso ia ser uma jogada de mestre.

Eu gritei muito achei o cúmulo.

Ele estava andando na beira, deixando que seus pés molhassem na água, de braços cruzados, cabelos repicotados e bermuda verde, da moda antiga. ele era magro, bem magro e estava sem camiseta. Os dois estavam em pé, acabaram de voltar da água, estavam apenas no forno-vitrine. Eles então gritaram.

Ele não ouviu de início. Mas depois reconheceu que o som que ouvia era para si. O som que estava ouvindo, um dos sons, um dos ecos, um deles, no meio da praia, era destinado a si. Pelo menos, pensou isso. E procurou a origem do som.

Eu tentava me lembrar do que eu tinha feito ontem. Como havia eu sonhado com a praia do sono e acordado e encontrado um bilhete escrito: "vamos hoje à praia nus"?

Como ir à praia nu?

Sentaram. Ele ficou em pé. fumando um cigarro. Ele não percebeu mas ele estava sendo notado, seus passos e poses e olhares, todos investigados. ele foi para a praia e depois todos ficaram sabendo.

Como ir à praia nu?

Eu havia desistido completamente de procurar. sabia muito bem que não me lembrava da noite anterior. do que eu havia feito,
talvez tivesse lido um livro
talvez tivesse bebido uma cocacola
talvez tivesse trepado
talvez eu apenas tivesse adormecido,
o quarto ja estava revirado. acordei e o quarto já estava revirado. revirar o revirado para que fim? na realidade pouco procurei pois saberia que nada iria encontrar. na realidade acordei com o sol entrando pela janela. mentira, meu celular tocou, era um numero desconhecido, não atendi mas acordei e fui ver na janela o tempo bom do meio-dia. e encontro o tal bilhete no pano.

O pano era azul. Os lençois eram brancos. O pano era azul. As fronhas eram brancas. O pano era azul, as letras vermelhas. Saí da cama e fui ver o que acontecia no mundo.

Eles levantaram. Conversaram sobre os corpos nus.
Ele prometeu ir ve-los em outras exposições.

Eu planejei uma viagem, na proxima quinta-feira. Vou à praia do sono acampar. E devo ficar lá por uma semana. provavelmente, em algum momento, irei à praia nu.

Mas aqui não.
Aqui não dá.
Ele fica de bermuda verde.
Ele não fica bem nu.
Todos viram ele quase-nu.
De braços cruzados.
E eu não fico nu.

Só no dia em que eles deitados sobre a esteira estiverem no ponto, quase fritando.

Por que cru eu não como.

12.7.06

Um pássaro malvado tem o bico volteado que nem gavião


Última pergunta: quando foi que tudo isso começou?

Última pergunta: onde é o início de tudo?

Última pergunta: onde está a origem?

Sinto-me vivendo de novo, vivendo mais uma vez, vivendo o já vivido, experienciando o já experienciado, repetindo uma dose pois é claro que eu estou a fim pois a noite nunca tem fim e porque a gente é assim
tenho vontade de emudecer
parar e não ver - deja vu tudo.
sair pela porta do quarto trancado
a essência? de ser? se se não sabe o que é, por acaso é possivel crer em essência?
a curiosidade não é a que move um provável (des)conhecimento?
essência? sem desvios? Não, por favor, se você acredita que pode seguir em linha reta, aquele caminho já traçado por outros antigos, o que se há de fazer? além da boa velha boa sorte? entender o que não se sabe, como? entender o que se sabe, é possível?
não sei porque mas prefiro crer em caetano veloso quando diz o chico buarque: é engraçado a força que as coisas parecem ter quando elas precisam acontecer.

Última pergunta: as coisas precisam acontecer?

11.7.06

Juro que eu não tenho a menor ideia sobre oque dizer?!!?

Dizer não talvez seja um gesto difícil talvez até impossível talvez exija coragem
porém para quê? para quem devemos dizer não? para onde? para que ser? para a jaula na qual ficamos presos diariamente para a outra jaula, aquela que, por aparente livre arbítrio, planejamos estar (casaquistão, talvez...)? para qual jaula dizemos não? e para qual individuo o sim se mostra talvez para nós mesmos, em algum momento o cerebro que diz sim aos braços que dizem sim ao pênis que dizem não as palavras.
Dizer sim poderia provocar um procura ou então um descontrole não estar mais no controle de nenhuma situação de perder o controle de tudo e o controle é algo que sempre devemos ter sob os nossos olhos para que possamos mudar de canal sem nos movermos.
eu também não sei o que dizer. em parte por achar que não fui quem disse nada no dia anterior em parte por ter visto tudo como que escrito para mim e no entanto foi escrito por mim e nem sei se 'por' e 'para' constituem uma adversidade em parte quis sim apagar todos os vestigios, os restos, as palavras, as frases, os automatismos dos scraps, testemunhos e tudo o mais.fiz isso em parte, só que em parte decidi enfrentar passadas sensações, nem tão passadas assim considerando a reverberação de tudo da droga no corpo.
a droga no corpo que me molesta até agora que me embaça a visão que produz ruídos e antes de tudo permite um revival, um reviver de outras situações
situações que, entre milhões de coisas, enfocavam o você
um banho em água corrente
pode ser chuveiro
pode ser rio ou riacho
algo que se esvai, se move para outro lugar que não o próprio corpo. e eu não propus naquele dia uma ida à cachoeira?
idéias até tenho,mas nenhuma presta.
se eu tenho, não sei dizer para qual fim devo ter.
se eu, não sei.
talvez eu saiba de uma coisa: que eu preciso do 'você'.

10.7.06

eu viajo viajo viajo viajo e não saio do lugar

lembrei de santos quando eu não tocava num teclado fazia tempo e comecei então e deu em alguma coisa perdida por aqui só que eu vi agora e foram muitas palavras, muitas coisas ditas, muitos recados, muitas mensagens e uma vazio enorme escroto um gasto de energia um desperdício de energia vital de fluxo de vida de afeto de possibilidade de amor de possibilidade de pensamento não foi à toa que eu me lembrei de santos pois foi em santos, justamente em santos, lá em santos que santos não apareceram se eu pudesse ao menos controlar o piscar dos olhos os tiques do bigode o crescimento das espinhas o tom das falas o pensamento que sempre foge o outro que nunca nunca isto é nunca ou seja nunca nunca nunca nunca se encontra presente a porra do outro que é uma imagem um outdoor imenso patrocinado pelo afeto ridiculo que carrego diariamente sem finalidade sem origem sem dinstinção

9.7.06

EleéJoãoPhilipe

eu assoava o nariz delirantemente
foi nodia em que eu malconseguia enxergar
algo nos meus olhos
lagrimas a todo momento
esfregava a toda hora
e nao conseguia
e tentava faze-lo ver
que não somente hoje
nãosomente agora
não somente naquele momento eu me atirava
que aquilo tudo era fruto de boa conspiração
ele não acreditava
pelo menos não parecia acreditar
e se dava
pelo menos parecia se dar
e eu
querendo falar
que a gente casa
porque a gente precisaria casar
mas you know
alguma outra lingua
linguagem
outro lugar
outro país
outro meio
ele sim
eu vou
comprar
gastar
colocar no canal
no mesmo
bat-horário
bat-noite
bte-me
jonnhy
sarah
não esquenta!
algo já apareceu?
o que aconteceu Jonnhy?
Eu vou cair fora,
Voce já estáindo?
minha mãe está tendo um treco.
oh baby,i just love you.please callme when you see this. because i just can´t live without your smile.please. don´t make my life so bad,callme.foryou. for me.
love.
love.
é a mesma coisa.
deixe-me levar o seu casaco.
já que o senhor não sente, o minimo,nunca sentiu. frio.
eu te amo,bebendo um chocolate quente.eu te imagino.
porfavor.
porfa-devir,
porfa-por vir
diga, please
que tudo q eu coloca
é nosso.



and?



...




?






call...











me.....









?

4.7.06

Um dia para os fósforos

se voce um dia, em algum dia, por acaso, nesse dia em que voce acordar, um dia bem dia que o dia estiver raiando, no sol do dia, voce neste dia. o dia, veja o dia. leia, o dia. o dia em que todos. todos, sem -emos. todos. sem -vamos. o dia. e voce, quando voce ouvir alguém falando: fósforo. voce bem irá perceber (pelos seus cinco sentidos) o que alguns percebem e que, por isso, os levam a outros estados. e que, por isso, te imaginam muito bem.

eu declaro, em meu nome, que perdi o nome

eu juro que eu gosto de ouvir as músicas do arnaldo antunes
sério mesmo
apenas que aquela primeira
aquela que começa o ultimo disco dele
um totalidade sem fim
algo que prega que todos somos todos e todos seremos até o fim
e algo me incomodava
e fui ver o ensaio da deborah (colker) hoje
que ainda nem sequer estreiou
e fui ver meus amigos todos de sempre hoje
que ainda nem sequer me deixaram
mas será em breve.
e voltei.
assim, só, para casa, só. e percebi.
todo mundo já foi nenén. einstein, sócrates e platão também.
nietzshe, simone de beauvoir, fernandinho beira-mar.
e percebi.
que de 0 a sete anos é um mundo.
dos setes aos 14 é outro.
dos quatorze aos 21 voce muda
para, nos vinte-um, tudo quebrar, tudo virar na realidade como sempre foi.
cria-se uma ilusão sim.
para quebrá-la.
e quem disse que brecht morreu?
coitados dos que fazem brecht today.
e, sem ser ilusão, eu digo isso a todos os que olham torto.
que, afinal,
eu, como todos,
tenho mãe
tenho pai
e frito ovos.

1.7.06

novos buracos

o que eu devo perceber
o que eu devo considerar
como eu devo te olhar
como eu devo te tratar
como eu posso te ajudar
como eu posso te ajudar

Uma gorda
Uma desequilibrada
Uma voz afinada
Uma voz chorada
Uma cara de pau
Um olhar permanente de sofrimento
Uma força que força a compaixão

Uma força que força
Uma força que força
Uma força que força

Na sexta foi assim. Tava dormindo, fui acordado. Tava andando, fui abordado. E ela não percebeu, em nenhum momento as invasões. Ela nao percebeu, em nenhum momento. Primeiro chora, primeiro sofre, primeiro piedade. Não cabe, digo não, não cola. Depois as batidas do punho direito contra os seios fartos, 'e eu?' 'e eu?', querendo dizer 'só eu, só eu!'. Não vale, digo não, não rola. Eis que, na demonstração de tudo: que ela é um animal, que ela é mal educada, que ela não sabe pensar, que ela, enfim, é uma pequena ela. Eis que,
escatapofti.
blumberguiguigui.
rastamsnhaskfalafafafaia.
horensasulitibiriti.

Eu corri. o homem, mesmo bicha, não pode bater em mulher.
Aquilo que se chama mulher virou um cão. um cão perigoso, um cão que ladra e morde com os dentes de civilização sedentos por dinheiro.

ela só quer, só pensa em... dinheiro.

eu.
ela.

uma transferencia.
bancaria, minha conta para a dela.
de tensões, sofrimentos e porradas da vida, da conta dela para a minha.

Fui assaltado, creio que umas três vezes, pela mesma mascara-moça.

A Rita levou meu sorrisoNo sorriso delaMeu assuntoLevou junto com elaE o que me é de direitoArrancou-me do peitoE tem maisLevou seu retrato, seu trapo, seu pratoQue papel!Uma imagem de são FranciscoE um bom disco de NoelA Rita matou nosso amorDe vingançaNem herança deixouNão levou um tostãoPorque não tinha nãoMas causou perdas e danosLevou os meus planosMeus pobres enganosOs meus vinte anosO meu coraçãoE além de tudoMe deixou mudoUm violão