9.1.09

Afogado em uma sucessão ininterrupta de angústias tento responder a pergunta do cantor folk-elétrico representado por inúmeras figuras.
Como me sinto?
Deveria eu acender um cigarro agora, justo neste momento em que parei de fumar?
O que realmente me incomoda e o que realmente eu decidi?
Como separar o joio do trigo, é possível peneirar?
O fato de rolar como uma pedra, por falta de casa,
Ou o fato de rolar como uma pedra, por falta de família,
Ou o fato de rolar como uma pedra pela mínima quantia registrada na carteira assinada?
O que me faz rolar é o tempo.
E as obrigações e as responsabilidades que ele me impõe.
E se eu assumir aqui mesmo, a mim mesmo, que não consigo dizer não?
Seria esta a confissão esperada, a resposta que me calaria e gerasse satisfação a todos vocês. Devemos dormir depois disso?
Consigo falar não.
Quero dizer, não sei o que não quer dizer.
Talvez por isso, (não) fale não.
Eu não quero passar em concurso algum.
Quero ter sorte e vida fácil, pelo menos por um mês.
Já que não tenho as costas quentes, quero ferver sob o sol carioca deste janeiro.
E ponto.
Para o ano: Desencalhar e assumir a pobreza (material, porque de espírito todos já ouvimos tudo que tínhamos para ouvir).
Agora sim, vamos dormir.