17.8.05

Será ou seria?

o impeto de escrever, digitando, diante de um teclado, não qualquer teclado, um teclado de computador pentium ou algo assim não reproduzindo algo já escrito num caderno, numa folha de papel por querer privilegiar a experiencia e diferenciá-las, as experiencias: de escrever com um instrumento chamado caneta sobre um papel e de outro instrumento computador teclado e tela. Tenho vontade de reproduzir um unico texto, na realidade o de ontem, e irei. mas quando? tenho vontade de querer enviar o blog a todos, ao mundo, a china, a india, a margareth e a goreth. aos kenned família e aos kenned não-familia. a francine-namorada, ao rodrigo-namorado aos brunos, aos henriques, aos pedros, aos alex e aos davids. a todas as denominações a todas as palavras a todo eu, a todo voce a todo coisa a toda loisa a tudo de tudo pois afinal não consigo e nem irei nem desprender disso, das palavras. é criada então uma tensão que nem sei se é percebida ou é simplesmente descrita por mim, a tensão entre o pensar e o escrever-falar, um chamado deficit artistico de duchamp, que não se ele utiliza tais termos mas foram os que eu armazenei.
Num dado momento hoje, numa dada tarde hoje, num dado dado hoje, num dado hoje hoje, algo que se falava sobre Clarice Lispector, uma mulher extremamanete nervosa por estar em publico, tentando disfarçar sem sucesso o nervosismo termina esplendorosamente seu texto dizendo que o texto enfatizava o sujeito que percebe em detrimento daquilo que é percebido e, sendo assim, algo externo (objeto, para um nivel de entedimento) na realidade seria interno (sujeito, para este mesmo nível) a pobreza urbana de clarice sendo a sua propria pobreza. lindo.
deu lugar a chiara que escrevia ensaisticamente, apaixonadamente, deixando lacunas e sabendo utilizar as palavras de forma apaixonada.
umas decepções artisticas após.
uns encontros com meus namorados após.
um blog criado, após.
algo escrito, após.
após.
será ou seria?

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