não sei quando o casamento surgiu mas não entendo quem não entende o desfile de moda. um tempo longo para se vestir da maneira correta. um tempo longo de espera. um desfile rápido, em flash, em nome de alguma crença. as roupas são únicas ali. as roupas são para serem vistas. o vestido de casamento e o vestido na passarela.
o início é um estouro. uma marcha nupcial, ou então uma música techno que faz com que o mero cenário ganhe vida. na igreja ou no desfile, tudo ali é para ser mostrado. somos testemunhas de um ato. Nossos olhos vêem aquilo que é para ser visto e, a partir daquele momento, irão atuar como investigadores, deverão ver se tudo aquilo desfilado apresenta-se diariamente.
a cerimônia cria laços, não só entre os noivos, os modelos. a cerimônia cria laços entre quem vê. pois são as testemunhas que irão lembrar aos modelos o que eles vestiam, o que falaram, como se portaram.
a cerimônia é puro registro.
hoje, IR a estes eventos é ver as costas do fotógrafo e do film-maker que tentam registrar TUDO. são os breves momentos de puro flash. são instantâneos feitos para serem guardados, lembrados para toda vida, ou pelo menos até a próxima coleção. DE certo modo o desfile revela O casamento; de certo modo fica claro que A cerimônia exige UM compromisso, mas este é diferente do compromisso ordinário, do dia-A-dia. o tal sim performativo ou o passo certeiro ficam circunscritos ao breve espetáculo. Após estes momentos, o que se tem são vozes das testemunhas que irão, até quando você não quiser, desfilar com todas as memórias de um evento único e qualquer.
1 comentário:
Bachhhh !!! Casamento é tanta outra coisa e nem é tanta outra coisa... Só convivendo é que vai entender maluco.
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