25.3.08

então vá

eu consto em alguma relação efêmera, em algum tipo de lista de chamada dele, ou em apenas páginas de scraps, memórias de telefone celular, agenda telefônica antiga de papel e capa dura, em algum momento vivido, em alguma experiência eu sei que consto na vida dele. e, de fato, foi hoje que eu ouvi ele me chamando até ele, carinhosamente, ele chegou e disse: então vem baby. No que eu recusei, não porque não quero. Jamais teria esta postura, diante dele, uma pessoa bonita demais, ele é um instante de surpresa boa, ele é sempre inesperado quando chega, quando liga, quando chama. Eu não estou recusando e nem poderia pensar nesta atitude. estou apenas surpreso. estou paralisado pela sua presença abrupta, uma espécie de queda de algo que vem do céu. ele é chuva repentina. e o que eu devo fazer diante desta intemperie? a reação inicial foi não tentar molhar, mas porque não, se água é o elemento de que mais gosto, que mais me envolve, meu meio físico adotado por excelência, e já que não é possível viver debaixo dágua que ela venha de cima e cuide de tomar o ar. quando a água vem do ar, é aí que me falta a respiração. parado estou, pois ele é fotógrafo natural. ele fotografa sem camêra. o flash é sua própria vida e a foto sou eu. por isso que digo que eu consto nele. sei que estou guardado em algum álbum. é por isso que devo ir. pois já estou.

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