4.7.06

eu declaro, em meu nome, que perdi o nome

eu juro que eu gosto de ouvir as músicas do arnaldo antunes
sério mesmo
apenas que aquela primeira
aquela que começa o ultimo disco dele
um totalidade sem fim
algo que prega que todos somos todos e todos seremos até o fim
e algo me incomodava
e fui ver o ensaio da deborah (colker) hoje
que ainda nem sequer estreiou
e fui ver meus amigos todos de sempre hoje
que ainda nem sequer me deixaram
mas será em breve.
e voltei.
assim, só, para casa, só. e percebi.
todo mundo já foi nenén. einstein, sócrates e platão também.
nietzshe, simone de beauvoir, fernandinho beira-mar.
e percebi.
que de 0 a sete anos é um mundo.
dos setes aos 14 é outro.
dos quatorze aos 21 voce muda
para, nos vinte-um, tudo quebrar, tudo virar na realidade como sempre foi.
cria-se uma ilusão sim.
para quebrá-la.
e quem disse que brecht morreu?
coitados dos que fazem brecht today.
e, sem ser ilusão, eu digo isso a todos os que olham torto.
que, afinal,
eu, como todos,
tenho mãe
tenho pai
e frito ovos.

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