2.4.07

Eu sou Manoel.

será que não percebemos que é preciso utilizar, manusear, a afirmação e que só através dela podemos ser contraditórios? Será que não percebemos que o será é por demais coerente, é por demais lúcido, é por demais sensato, é por demais estável, é por demais velho, descabido, conservador, paralisante, cristalizado e, principalmente, mudo?
É preciso que você fale 'Eu sou' para que todos vejam que você é um engano.
Pois aí está.
Um piso firme na areia movediça.
Um soco no ar.
Não há hesitação no uso do 'porém'. Não há contraste.
Há apenas uma declaração da insegurança. É um pedido de aceitação.
O uso do 'por outro lado' apenas evidencia uma não-percebida, e por isso burra, tautologia.
Para quê usamos para quê mesmo?

Algo como:
'Ninguém é comum. Eu sou ninguém.'

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