8.7.07

a música dele

é justamente esta ciranda das palavras. o meu ato de viver o amor. ontem, por exemplo.
ontem eu estava carne com carne sem carne.
ontem eu via o outro, via que o outro me via, mas eu via mais do que isso. via aquém-além. via nós dois juntos, dentro de mim, fora dali.
e foi assim que me perdi na visão. deixei passar. atrasou, a festa acabou e o outro foi embora.
mas eu continuava vendo ele. e fui dormir. e acordei. e continuei.
e, na ciranda, dancei.
antes de dormir e depois de dormir, meio sem saber explicar, fiz chegar a ele palavras minhas.
e, neste momento, ouço a voz das minhas palavras faladas por outra. sem combinar, ela então fez chegar a mim palavras minhas sobre ele.
o que acho lindo neste momento é que as palavras escolhidas por ela foram aquelas escritas para ele. isto é uma confirmação. isto é eros. isto é era. isto é ira. é iron.

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