pensando no outro eu lembrei que certa vez, lá na infância, minha mãe me comprou um carro de corrida de fórmula 1 em miniatura. Um carro que era o dobro da palma da minha mão e que eu adorava. Na bem da verdade, lembrando bem, minha Tia, que sempre morou na Suiça, trouxe o carrinho para mim. Muito bonito, aquele do Ayrton, da época da Malboro, vermelho e branco, tenho ele até hoje. Ganhei em um dia e levei, escondido, o carrinho para o colégio no outro. Niguem sabia. E lá no colégio foi uma sensação. Meus amigos da infância, daquela lá, são os amigos dessa infância, dessa de cá. os mesmos. E todos amaram o meu brinquedo. Obviamente que havia aqueles seres que queriam destruí-lo, mas eu não deixei e, graças a isso, o carrinho até hoje vive comigo.
Só que eu esqueci o carrinho no colégio. Esqueci ele. Ao voltar para casa, não me dei conta. Minha mãe que perguntou onde está o seu carrinho? Disse a verdade. Respondi que não sabia. Obviamente que ela sabia. Pois eu sempre levava meus brinquedos para o colégio, na intenção de compartilhar com os meus amigos o ganho, ao mesmo tempo que mostrar a eles o meu poder. Um sentido do comum e um sentido da hierarquia. No mesmo gesto.
Não sei mais porque estou falando disso. talvez para falar que lembrei dele.
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