22.3.08

sou como um modelo ideal de máquina (porque as máquinas também param, deixam de funcionar, não trabalham direito, precisam de reparos, manutenções, reposições e substituições). pareço o que faço. sou tudo aquilo que faço, assim é o modo como me encaram, não sou nada mais do que isso. não tenho mais nada para esconder. sou só isso, o que já é muita coisa.
nas redondezas, por exemplo. no bairro onde moro sou conhecido por sair sempre à noite, de bicicleta, em busca sempre de algo. para todos os meus vizinhos, eu sou aquele ser que passa procurando... o objeto da procura para muitos vizinhos permanece oculto. já outros possuem absoluta certeza do que eu procuro. eles então oferecem a si mesmos, colocando-se em foco, como objeto central da procura do outro. eles então não só observam, mas tratam de forjar novos códigos de conduta, a partir dos quais uma comunicação velada e nova é mantida, sempre que eu decido atuar como interlocutor do processo comunicativo.

1 comentário:

Henrique disse...

labirintei-me na tua prosa