18.6.08

que falta que o frio faz, que falta que o frio dá.
fumar cigarro agora é mais caloroso, fumar cigarro esquenta.
o café é coca-cola.
os músculos tensionam-se involuntariamente.

sobre o genius do objeto.
se é verdade que há em cada indivíduo um genius, uma espécie de vida, enquanto não nos pertence, um rosto que é e não é nosso, poderia indagar se tal fenômeno se apresenta no ser dos objetos.
'Os latinos chamavam Genius ao deus que todo homem é confiado sob tutela na hora do nascimento'
haveria o deus dos objetos? poderíamos ver os objetos, não como homens, mas como seres viventes que nascem, transformam-se e morrem? Se consideramos vida como um conjunto de processos e de transformações físico-químicos, talvez sim. pois o objeto se transforma a todo momento, também, como o homem. qual seria então a natureza do deus dos objetos? qual seria esta alteridade, este outro interno que é e não é o próprio rosto do objeto? Já que eles não reconhecem, como objetos, podemos nós reconhecê-los? O genius de cada um, o genius de cada objeto. Creio que não podemos se nem conseguimos reconhecer o nosso próprio genius, que é aquilo nosso sempre nos escapa. Se consideramos aqui que o genius seria uma espécie de inapreensibilidade de de nós mesmos, aquilo que é inapreensível no próprio objeto seria o seu respectivo genius, o genius do objeto.
E o que seria o inapreensível do objeto? Uma espécie de falta que há em todo objeto. talvez seja o caso dos objetos-fetiche. Aqueles objetos que temos concretamente nas mãos, porém algo não está ali, não se encontra materialmente entre os dedos. Um objeto que substitui algum outro objeto, coisa, homem. Um objeto que substitui a nós mesmos.
O genius do objeto seria então uma projeção da procura fracassada de apreender a nós mesmos, o que a gente conhece e o que a gente não conhece da gente. Uma espécie de refração. O genius do objeto é então um epelho d´agua.
O Genius do objeto é o espelho de Narciso.

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