tudo começou quando uma partiu para cima da outra, e não dava mais para distinguir quem havia começado, quem estava sofrendo, quem estava gritando, as duas mulheres se batiam tanto que o conjunto das duas atracadas, mãos nos cabelos, pernas nas coxas, bocas nos braços, gritos soltos, xingamentos ferozes, este conjunto era apenas uma única fera com duas cabeças, muitos dentes agudos e afiados.
elas não paravam. não conseguiam ter força para parar, apenas para continuar a luta que, de acordo com a raiva recíproca entre solange e ruth, só teria fim quando uma das duas morresse. uma ou as duas.
não acabava. as mãos de solange não soltavam os cabelos de ruth que, por sua vez, ora gritava, ora mordia os braços de solange, jogando-lhe na cara uma série de acusações:
- Sua piranha, você não presta, sempre soube, vaca, eu sempre soube, eu tenho pena de você, vagabunda, rameira, vagabunda, vou te arrebentar para você ver o que é bom para tosse.
solange tinha tanta sede de raiva que, enquanto ouvia a fala de ruth, começava a rir desesperadamente, balançando os seus braços e maõs agarrados à cabeça de ruth. ruth balançava de um lado para o outro, solange a balançava, e ruth gritava, esperneava a tal ponto que, em uma determinada hora, tirou forças do útero e enganchou suas unhas recém-pintadas de vermelho, enormes, em um dos seios de solange.
esta imediatamente soltou os cabelos da primeira e, por um instante mínimo, ficou paralisada. não gritou. ruth então deu-lhe um tapa na cara, que a acordou. solange então olhou fixamente para ruth e começou a murmurar algo indecifrável. nesse momento, solange olhou para os seus seios e viu que o direito se encontrava em carne viva. comparando o seio esquerdo com o seio direito, ela percebeu o estrago que a rival havia lhe feito:
- Vagabunda, olha o que você me fez. (solange chora) Sua piranha, invejosa, gorda macilenta! Sua filha da puta, eu vou te matar!
Quando Solange se dirige a Ruth, Icaro se põe entre as duas.
- Sai daqui, icaro! Sai daqui seu covarde, que senão vai acabar sobrando pra você também!
- isso, seu filho da puta, obedece esse cadela, faz o que essa vagabunda tá falando!
- Vagabunda não, sua vaca! Olha como você fala comigo, filha de chocadeira!
- (risos)
- Quero ver você rir quando eu quebrar seus dentes...
- Vem então, vem!
Ruth parte para cima de Solange. Icaro observa. Icaro acende um cigarro. Fuma e observa a luta. Quando o cigarro chega ao meio, ele então encosta a brasa no corpo único das duas mulheres atracadas. Elas gritam. Ele então pega Solange pelos cabelos e ruth grita. Ele dá um soco em ruth. Ruth está do lado esquerdo. Solange do lado direito. Icaro está no meio. Ruth chora copiosamente. Solange: Olha o que você me fez sua piranha!
Icaro - Cale a boca.
Solange - Olha o que essa puta mez fez... tô toda ensaguentada.
Ruth ri.
Icaro vai até a última e lhe dá outro soco. Ruth cai, e, caída, observa sobre o chão duas pedrinhas brancas, dois dentes seus perdidos na calçada.
Solange - Piranha!
Icaro - Cale a sua boca!
Solange - Olha o que ela me fez, cara!
Icaro vai até Solange, agarra seus cabelos e a arrasta.
Icaro - Você não ouviu o que eu disse?
Solange (chora)
Icaro - Responde!!!
Solange - Ouvi, cara!
Icaro - E porque não fez o que mandei?
Solange - Tá doendo cara... Pega leve...
Icaro então chuta Solange. Ela cai. Icaro vai até ela, aproxima seu rosto ao dele e sussura:
- Ouça bem, Solange. Aqui quem manda sou eu. Eu sou o dono da cena, eu decreto o fim.
fim.
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