1.12.08

quando o poeta compara a poesia com o oceano ele está certíssimo.
eu, por exemplo,
sinto-me nadando em meio ao nada,
sem saber o que é braçada
sobrevivendo porque sou capaz

haveria quem dissesse: que nada, a vida é teatro!
Na cena seguinte, tudo quanto é detalhe de qualquer campo de visão se encheria de vida, vida própria, independente de tudo inclusive da minha própria vida.
Pois no teatro é assim: tudo representa.

mas não é não.
isso aqui é pior do que as cenas finais de o titanic.
aqui há mais emoção do que uma final do big brother.
aqui há mais sinceridade do que lost.
aqui não há nada.
um vigia de ruas inabitadas.
conversa-se com o vento, escuta-se ele.

não me acostumo a tirar férias.
o mecanismo da auto-cobrança já funciona automaticamente.
férias ou surto.

1 comentário:

Henrique disse...

E tem gente que diz:
"atençao, essa vida contém cenas explícitas de tédio nos intervalos da emoçao".
Mas eu estou contigo. Tudo é tao primeira vez que atordoa.
Um abraço