Eu me recuso a te ver, coca-cola. Como coca-cola.
Descobri hoje que o que eu mais gosto de fazer, hoje, é passear nas ruas no meio da madrugada. Onde as ruas são suas. E são becos-bosques estranhos, intimidadores em sua opulência, lugares de prazer justamente por isso. Tudo converge para o seu caminho. E o que você percebe de si são apenas os passos. Coro de passos de beckett em cena. Ouvir e ver os passos. Escolher caminhos. Errar. Desviar. Os caminhos de Stephen Dedalus e Miss Dalloway. Os caminhos de Jó. Os pensamentos. A errância dos pensamentos. Errar em Pensamento. Erros do caminho. Uma rua de mão única seria aquela em que podemos apenas andar para frente? Ou para trás?
Há momentos em que eu tenho a plena certeza de que se eu pudesse viveria todos os dias da minha vida sofrendo em lágrimas. É porque é preciso, me é decididamente preciso dramatizar as canções e, além disso, eu devo estar obrigatoriamente encenado. Devo estar ali dentro. Devo estar. Como ‘eu’. E aqui, caminhando nas palavras que você certamente caminha, eu digo em tom solene, sôfrego, rarefeito:
- Eu me recuso a te ver Como coca-cola.
http://www.youtube.com/watch?v=yJiFeSA8j18
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