21.5.07

a porrada nada na tradição

eu levo porrada, já é tradição.
quando eu ando na rua,
principalmente quando eu desço as escadas da glória,
do bairro da glória.
quando eu ando de bicicleta na rua,
principalmente quando eu corro pelas ruas da pátria,
da voluntários da pátria.
quando eu não ando na rua,
principalmente quando acordo e dou de cara,
de cara com a minha cara no banheiro.
quando eu nado na rua,
principalmente a porrada vem quando eu não ando mas nado na rua.
é sempre de se esperar que a porrada chegue sem hora sem dia sem aviso qualquer.
é sempre de se esperar que a porrada venha de um outro, do puro reflexo do olhar consternado diante de um fato qualquer.
é sempre de se esperar que a porrada esteja sempre a espera da reação do porrado para, enfim, revelar-se,
como bom folclore festivo que a porrada é.

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