eu gosto de deixar tudo bagunçado. eu gosto da paranóia. ninguém tem hoje coragem de dizer que paranóias é uma parada maneira. eu me amarro em ter paranoia. e a minha melhor para´noia é esta agora a que estou tendo. eu tenho um fetiche que me joga diretamente ao perigo. eu gosto de andar sobre pequenos alfinetes brancos e isso me causa imenso prazer. caminhar sobre algo que te fure, te fire diretamente, algo que você sabe porque você está tendo dor. só que eu posso e talvez devesse morrer. os alfinetes podem começar a enferrujar e talvez eu morra já que os alfinetes estão morrendo também. isso se o processo de oxigenação do alfinete for algo nocivo. e se a ferrugem é só uma capa protetora. e se a ferrugem é, de verdade, a experiência da velhice? a ferrugem poderia deixar de ser ruína?
você talvez nem saiba porque estou aqui. estou aqui porque não poderia estar em outro lugar, assim como você também não poderia estar em outro lugar. estamos juntos nessa. você sabe o que virá aqui a seguir? Sabe quais serão as próximas palavras, as próximas frases? consegue advinhar o que está por vir? não, evidentemente. nem eu. estou aqui como que fazendo este pensamento surgir para você, esperando que você acompanhe todo o meu raciocínio, que não é difícil, mas é complicado, pois eu sou prolixo e às vezes não consigo me fazer entender. mas você entende tudo, balança a cabeça, pensa na validade daquilo tudo como gesto artístico e, diante da conclusão, dá um sorrisinho com o canto esquerdo da boca.
chato isso né? pois, é. é assim que eu penso. não gostou vai embora, pode ir, caguei para você. vou continuar aqui, pensando, foda-se ouviu bem, já ouviu dizer em autonomia da obra de arte? não precisa acreditar em fadas, por que você já as conhece todas e todas elas são apenas eu. eu sou a fada única que aparece toda noite no seu quarto, através dos processos eletromagnéticos desta coisa chamada computador, ou microondas. eu não preciso existir. hoje em dia nem é preciso existir. e olha que já exaltaram tanto a vida. e mais, a fusão entre arte e vida.
confesso que nunca entendi este argumento: "os artistas começaram a fundir arte e vida". Como assim? até então, a vida era separada da arte, os pintores não passavam horas de suas vidas fazendo milhões de quadros, seja para nobre, seja para burguês, seja para ex-bbb, enfim, estaria eu eternizando um traço histórico da humanidade? talvez não, quero que saiba disso. talvez não. é ridículo, isso. dos artistas e blá blá blá. a não ser que, já naquela época, se assumisse a arte como alguma coisa vencida, ultrapassada. chacoalhar a arte é um gesto tão imbecil, tão idiota. tem gente que quer desencaretar a arte. tem gente que acredita em careta. extermínio dos caretas. tem gente nazista, purista, egoísta solta por aí. as três irmãs istas estão soltas por aí. e elas são iguais às irmãs de cinderela. elas manipulam. elas são feias, mal educadas, só sabem rir alto e falar asneiras e o pior de tudo. as irmãs são sapatas, todas. as três irmãs são mulheres que transam com mulheres.
e isso jamais poderia ocorrer em uma sociedade como a nossa. porque? você não anda na rua e não percebe? você não frequenta os supermercados? você não vê o que a gente passa por aí? você não é imerso nesta realidade? o flamengo perde de uma forma totalmente equivocada. e você só sabe que pensar que o jogo foi roubado. sua lógica está errada. o que você deve se perguntar é qual o jogo que não é roubado. qual será? haverá roubo sem jogo? Haverá jogo sem roubo. não acredito. nós somos todos fracos, cada vez mais assumimos todos os nossos vícios. esta é uma característica de nosso tempo. os vícios estão todos à mostra, as doenças pululam, as doenças, como são orgânicas, se reproduzem. a meiose e a mitose das doenças. o casulo das doenças. a borboleta da doença.
de repente eu percebo que nem eu quero ficar ouvindo mais este tec-tec-tec. é que eu não aguento mais esta pressão de pensar certo. quero parar de fazer a cabeça funcionar. essa é a grande utopia: fazer nossas máquinas pararem. quando será? não, vou dormir, amanhã a gente pensa mais nisso. será melhor assim.
9.5.08
as tranças
quando andei de bicicleta, remeti ao cavalo.
quando andei a cavalo, remeti à bicicleta.
pensemos que a maior utopia da nossa espécie seja que todo ser humano é obrigado a ter o manual de instruções. não um, mas O.
este é o fundo.
o interessante disso aqui é que a essência, para nós, está atrelada ao fundo.
o revelador deste fato é descobrirmos que, no binômino filosófico essência-aparência já reside uma relação perspectivística. a essência é o ponto de fuga, localizado ao centro e lugar para onde convergem todas as linhas do quadro que é aparência. ou ainda pode haver uma relação figura e fundo. neste caso, pode-se pensar inclusive numa fotografia de um ovo frito. um corpo morto brilhoso e molequento. o teatro da morte.
pode ser perspectivistica a relação. mas, neste caso não apenas. a relação fundamental é a relação em que um dos termos possui uma certa distância do outro. Há separação entre os termos de modo que eles possam se localizar mutuamente por coordenadas. há limites.
porém isso não é um grande problema.
a relação implica espacialidade.
já nos demos conta disso.
agora o que temos que fazer é uma precisa transformação da relação espacial entre todas as coisas. e o espaço assume dimensões múltiplas. a rede.
devemos todos fazer rede.
vamos trançar.
voltemos a isso. e está acabado.
quando andei a cavalo, remeti à bicicleta.
pensemos que a maior utopia da nossa espécie seja que todo ser humano é obrigado a ter o manual de instruções. não um, mas O.
este é o fundo.
o interessante disso aqui é que a essência, para nós, está atrelada ao fundo.
o revelador deste fato é descobrirmos que, no binômino filosófico essência-aparência já reside uma relação perspectivística. a essência é o ponto de fuga, localizado ao centro e lugar para onde convergem todas as linhas do quadro que é aparência. ou ainda pode haver uma relação figura e fundo. neste caso, pode-se pensar inclusive numa fotografia de um ovo frito. um corpo morto brilhoso e molequento. o teatro da morte.
pode ser perspectivistica a relação. mas, neste caso não apenas. a relação fundamental é a relação em que um dos termos possui uma certa distância do outro. Há separação entre os termos de modo que eles possam se localizar mutuamente por coordenadas. há limites.
porém isso não é um grande problema.
a relação implica espacialidade.
já nos demos conta disso.
agora o que temos que fazer é uma precisa transformação da relação espacial entre todas as coisas. e o espaço assume dimensões múltiplas. a rede.
devemos todos fazer rede.
vamos trançar.
voltemos a isso. e está acabado.
8.5.08
deus é um ator.
só se deus ajudar na despesa da casa.
ele pensa que eu não percebo que ele é do tipo que fala pela experiência. até aí, está tudo certo. o que não está certo é ele utilizar isso como justificativa de seus atos. os velhos têm disso. quando começa a lhes faltar argumento, eles apelam para a velhice. os velhos são foda. mas as crianças também são chatas para caralho. elas perturbam, enchem o saco e o pior de tudo: elas são inconseqüentes. é só a barra pesar para as criancinhas chorominlangas se esconderem atrás do muro de tortura que é o lema escrito nos olhos dos babies: "olhe para mim, eu sou o futuro, o amanhã". amanhã é o caralho dona criancinha. isso tudo já morreu. esse papo todo já era, sacou? é só olhar para ele e perceber seu jeito malandro de ser é, na realidade, um comportamento desprezível, insuportável, que causa náusea e ânsia de vomito quando visto. não aguento mais esta eterna magia de ser deus. e ele só entra aqui se souber o que é trabalhar. e não reclamo do meu. só não gosto quando me tiram por otário. otário é ele, mascarado. deus é um ator. e isso é uma merda. deus nunca se refere a si mesmo. deus está sempre em outro lugar. (é mentira quando dizem que ele é imponente e auto-referente - deus não é fonte de luz. deus não é sol, deus é lua, deus é anteparo, não fonte, deus não é origem de nada, deus é meio, deus é intermediário, deus é motorista de van.) o problema de deus é que ele é tão fragil que não aparece. é assim o ator. se esgueira em personagens, escondido por entre emoções que não as suas. e não me venha com memória afetiva. ator não presta, porque ator é falso. todo ator não é nada além do que um espelho mal feito, totalmente rachado, faltando partes. o ator tenta convencer. e para isso ele se prostitui. o prostituto que é o ator de se doar para qualquer um. ator é fraco de argumento, como já disse antes. diz que é carência. carência é o caralho. ator é como grama verdinha que a vaca rumina e depois caga, volta vira graminha depois e disso não sai. deus, o grande ator, é uma mera grama verde que para sempre será ruminada. e isso quer dizer que deus é natureza. que merda, algo não se encaixa. algo ainda não está no lugar. talvez sejam as contas a pagar. depois chamam isso de trabalho. trabalho é o caralho.
ele pensa que eu não percebo que ele é do tipo que fala pela experiência. até aí, está tudo certo. o que não está certo é ele utilizar isso como justificativa de seus atos. os velhos têm disso. quando começa a lhes faltar argumento, eles apelam para a velhice. os velhos são foda. mas as crianças também são chatas para caralho. elas perturbam, enchem o saco e o pior de tudo: elas são inconseqüentes. é só a barra pesar para as criancinhas chorominlangas se esconderem atrás do muro de tortura que é o lema escrito nos olhos dos babies: "olhe para mim, eu sou o futuro, o amanhã". amanhã é o caralho dona criancinha. isso tudo já morreu. esse papo todo já era, sacou? é só olhar para ele e perceber seu jeito malandro de ser é, na realidade, um comportamento desprezível, insuportável, que causa náusea e ânsia de vomito quando visto. não aguento mais esta eterna magia de ser deus. e ele só entra aqui se souber o que é trabalhar. e não reclamo do meu. só não gosto quando me tiram por otário. otário é ele, mascarado. deus é um ator. e isso é uma merda. deus nunca se refere a si mesmo. deus está sempre em outro lugar. (é mentira quando dizem que ele é imponente e auto-referente - deus não é fonte de luz. deus não é sol, deus é lua, deus é anteparo, não fonte, deus não é origem de nada, deus é meio, deus é intermediário, deus é motorista de van.) o problema de deus é que ele é tão fragil que não aparece. é assim o ator. se esgueira em personagens, escondido por entre emoções que não as suas. e não me venha com memória afetiva. ator não presta, porque ator é falso. todo ator não é nada além do que um espelho mal feito, totalmente rachado, faltando partes. o ator tenta convencer. e para isso ele se prostitui. o prostituto que é o ator de se doar para qualquer um. ator é fraco de argumento, como já disse antes. diz que é carência. carência é o caralho. ator é como grama verdinha que a vaca rumina e depois caga, volta vira graminha depois e disso não sai. deus, o grande ator, é uma mera grama verde que para sempre será ruminada. e isso quer dizer que deus é natureza. que merda, algo não se encaixa. algo ainda não está no lugar. talvez sejam as contas a pagar. depois chamam isso de trabalho. trabalho é o caralho.
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